Quando estou fora não há relógio nem calendário,
não há notícias nem qualquer diversão,
há só tempo sem tempo que corre por correr e sem se fazer notar.
Quando chego a casa é o reconforto de nada ter mudado, mas de tudo ter outro sentido, que me faz acreditar que somos o lugar onde vivemos e as pessoas que amamos.
Somos tudo o que está fora, mas dentro.
Somos tudo o que consegue destrancar as portas que temos em nós.
Muitos abrem a primeira porta e desistem, poucos se interessam em conhecer o que está atrás de cada uma delas.
Todos somos mais do que a porta visível num relance de olhos, todos temos portas escondidas que só quem quer conhecer consegue encontrar.
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