Pensei que o barulho tinha terminado e que o silêncio iria finalmente reinar.
Estava deitada no sofá a saborear o tão desejado dolce far niente quando ouvi a campainha tocar.
Decidi fingir que não tinha ouvido, esperançosa de que o silêncio não fosse mais interrompido.
Acreditei ou tentei acreditar que podia evitar o despertar de mais um barulho em mim.
Estava enganada.
Fechei todas as portas e janelas, escondi-me no meu refúgio e ainda assim o barulho reencontrou-me.
Outra vez, não.
Será que algum dia terá fim?
Quero o rotineiro silêncio, nem que depois tenha de cantar à desgarrada para lhe dar vida, mas quero essa paz em mim.
Quero tranquilidade, de uma vez por todas.
Quero em mim a melodia do silêncio.
*